domingo, 16 de março de 2008

Minha pegada ecológica

Publicado na revista JUICE, edição 25 (fevereiro 2008)

Estar bem com a natureza é estar consciente do impacto que cada um de nós provoca ao meio ambiente. Você faz alguma idéia de quantos planetas Terra seriam necessários para manter o seu estilo de vida? Uma organização sem fins lucrativos disponibiliza na Internet uma ferramenta que calcula aproximadamente o tamanho da sua pegada ecológica (www.myfootprint.org), ou seja, como seus hábitos do dia-a-dia prejudicam ou contribuem para um ambiente sustentável. Fazendo essa estimativa é possível dimensionar a quantidade de recursos que retiramos da natureza para atender as nossas exigências e como ela absorve os resíduos que produzimos.

Você costuma locomover-se de carro ou ônibus coletivo? Se de carro, sozinho ou acompanhado? Perguntas desse tipo fazem parte do questionário que resulta no tamanho da sua pegada ecológica. O resultado serve como um indicador de sustentabilidade, ou insustentabilidade. Devemos lembrar que não estamos sozinhos no mundo, ao contrário, dividimos o planeta com mais de 10 milhões de outros seres vivos. Alguns biólogos acreditam que para garantir essa biodiversidade seria necessário de 30 a 70% de área preservada em todo o globo. Atualmente, os parques e reservas naturais representam 3% do total. As Nações Unidas criaram em 1983 uma comissão mundial para tratar dos assuntos ligados ao meio ambiente, que ficou conhecida como Comissão Brundtland. Uma das tentativas desse grupo foi aumentar essa área de preservação para 12%, ainda que não seja o suficiente.

A ONG responsável por este material na Internet chama-se Earth Day Network e a sede está localizada em Seattle (Washington EUA), mas o trabalho da equipe se estende pelo mundo todo. São mais de cinco mil organizações distribuídas em 184 países coordenados por Gaylord Nelson e Denis Hayes, que em 1970 criaram o 1º Dia da Terra (Earth Day), comemorado até hoje no dia 22 de abril.

É no cotidiano das pessoas que esta organização pretende modificar o atual quadro ambiental do nosso planeta. Pequenas ações têm grande interferência para o atraso na degradação do meio ambiente, porque deixamos de retirar recursos da natureza para reutilizar aquilo que foi extraído anteriormente. De uma caixa de leite longa vida podemos obter papel, plástico e alumínio para produzir novas caixas de papelão, canetas e materiais para construção civil, respectivamente.

Outro bom exemplo é o óleo de cozinha. Já existe tecnologia capaz de transformar em biodiesel o óleo usado para frituras. Atualmente, cerca de 20 usinas brasileiras já utilizam esse combustível ecológico, que chega a emitir 40% menos gases de efeito estufa comparado com o diesel produzido pelo petróleo. Se essa informação não atinge a consciência, vai atingir o bolso do consumidor. Enquanto o diesel comum custa R$ 1,80 por litro, o biodiesel sai por menos de um real. Lembrando que apenas uma gota de óleo é capaz de poluir um milhão de litros de água. Pense bem antes de jogar o óleo de cozinha pelo ralo.

Provavelmente tudo que está escrito acima não é nenhuma novidade e todos nós sabemos que estamos em débito com a Mãe Natureza. Por isso, vale a pena descobrir o tamanho da sua pegada ecológica e mudar os hábitos para que a nossa fonte de recursos nunca se esgote.

Texto: Manu Scarpa
Foto: Clarissa Caterina

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Água mole, Pedra dura


Água mole pedra dura, tanto bate até que fura. Que nada! Para Rodrigo Dornelles, o surfista brasileiro conhecido como PEDRA, a água é o local onde realizou as maiores conquistas da sua carreira. E 2007 foi um ano triplamente especial. Depois de quase cinco anos fora do circuito mundial de surf, o gaúcho que reside em Torres - litoral RS, retornou ao WCT 2007, se consagrou como melhor surfista brasileiro e garantiu sua vaga para 2008.

Para confirmar a boa atuação de Rodrigo, basta comparar os números. Sua melhor colocaçao no ranking do WQS foi em 2006, quando ficou em 16º lugar. Antes de viajar para a etapa hawaiiana em dezembro passado, Pedra estava em 6º lugar no WQS, terminando o ano com a 3º colocação. O surfista gaúcho participa das etapas de divisão de acesso para elite do surf mundial desde 1994. Hoje, aos 33 anos, além de apresentar um surf veloz, com manobras fortes e curvas no limite, ele tem uma qualidade extra: a maturidade para enfrentar a pressão de ser um TOP Surfer da ASP.

Assista o vídeo da bateria entre Rodrigo "PEDRA" Dornelles e Adriano de Souza (Mineirinho), durante a etapa brasileira do WCT, na praia da Vila -Imbituba SC. No fim do vídeo confira uma rápida entrevista. CLIQUE AQUI

Perfil Rodrigo Dornelles
Data de nascimento: 09/01/1974
Local: Porto Alegre (RS)
Peso: 70kg
Altura: 1,69m
Apelido: Pedra
Alinhamento: regular
Shaper principal: Xanadu
Ondas preferidas: Ilha dos Lobos (Torres-RS), Silveira (Garopaba-SC), Bell's (Austrália) e Jeffreys Bay (Africa do Sul)
Patrocinadores: Fox, Xcel wetsuits, Planeta Surf, Xanadu surfboards
Quiver: 5'10", 6'0", 6'1", 6'3", 6'8", 7'0"
Manobras favoritas: tubos e cutbacks

Eventos importantes
WCT: 2001, 2002 e 2007
WQS: desde 1994, sendo 3º colocado em 2007

Texto: Manu Scarpa
Foto: Clarissa Caterina
Arte: Manu Scarpa
Imagens vídeo: Marianna Piccoli
Ediçao: Manu Scarpa
Música: Different Tastes, End Of Pipe

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

duelo de gigantes


Considerado o melhor swell dos últimos três anos, a bancada de Banzai Pipeline formou ondas de até 20 pés no início de janeiro – encerrando o jejum do começo da temporada. Para os surfistas que visitam o Hawaii em busca de tubos e boas ondas, restou apenas observar da areia o show dos tube riders durante o 6th Annual Da Hui Backdoor ShootOut, realizado nos dias 9, 11 e 12 de janeiro. A galera do freesurf foi "convidada" a se retirar da água para a realização do campeonato, do contrário, as conseqüências dispensam comentários.

A fotógrafa Marianna Piccoli esteve presente nos dias do evento e enviou um material inédito com imagens do primeiro dia do campeonato. A competição é exclusiva para locais e para participar basta pagar a inscrição no valor de US$ 5 mil. Não existe eliminação, vence aquele que somar a maior nota das três melhores ondas. O vencedor leva a soma total das inscrições, como num bolão. Jamie O'Brien surfou muito e faturou US$ 50 mil. Na segunda colocação ficou o top do WCT Bruce Irons.

Resultado
1- Jamie O'brien (RedBull)
2- Bruce Irons (Volcom)
3- Ola Eleogram (No Fear)
4- Marcus Hickman (Volcom)
5- Myles Padaca (Da Hui) e Mark Healey (Quisilver)

Veja as fotos, por Marianna Piccoli

Texto: Manu Scarpa
Arte: Manu Scarpa
Fotos: Marianna Piccoli
(platéia, Jamie O'Brien, locals checking waves)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

E nasce uma estrela...

Dizem que muitas das estrelas que enxergamos aqui da Terra já deixaram de existir e que o brilho de outras tantas que já nasceram ainda não são visíveis aos nossos olhos. Assim é Marianna Piccoli, uma estrela que aos poucos vai mostrando sua luz até conquistar seu lugar no universo.

Responsável pelas belas imagens que estampam a página principal do site emotionsurf.com, a fotógrafa de 20 anos de idade embarcou para o Hawaii no início de dezembro com a intenção de registrar a temporada em foto e vídeo. Mas o destino colocou Marianna numa casa recheada de profissionais da fotografia e isso foi um impulso extra para se dedicar às imagens estáticas. “Fotografar no Hawaii tem sido, mais uma vez, um grande aprendizado e um intensivo de imagens. A luz, a proximidade e a qualidade das ondas fazem do Hawaii um estúdio natural onde é possível tentar diversos tipos de fotos. A quantidade de surfistas bons também é destaque à parte”, comenta.

A fotografia entrou na sua vida por diversão há quatro anos, quando morou na Austrália para estudar. Lá, Marianna estreitou sua relação também com o surf, unindo as duas coisas. Em 2006, fez sua primeira viagem para o Hawaii e, já nos Estados Unidos, adquiriu uma lente profissional. “Vim para Hawaii com o objetivo de registrar a temporada inteira, produzir um bom material não só das fotos de ação como eu estava acostumada, mas também de natureza, retratos, entre outras coisas. Além da venda de fotos para o free surf, tenho produzido muitas imagens dos atletas brasileiros para depois tentar negociar com as respectivas marcas. Também tenho feito fotos para revista Juice e trabalhos para a produtora emotionsurf.com”, completa.

Natural de Curitiba-PR, Marianna mora em Florianópolis há oito anos. Atualmente ela cursa Administração e dedica parte da sua vida à produção de imagens, o que também inclui a produção audiovisual. Para saber mais, leia a entrevista no site waves.com.br.

Fotos HAWAII temporada 08, por Marianna Piccoli - CLIQUE AQUI

Foto: Marianna Piccoli e site waves
Arte: Manu Scarpa
Texto: Manu Scarpa

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

O que os olhos não veem o paladar não sente

Recentemente um amigo sugeriu o link de um vídeo que circula na internet: Meet your Meat, que se traduz 'Conheça sua carne'. Mesmo um ano antes de assistir esse breve documentário, a carne de gado, porco e frango já fora abolida do meu cardápido. Minha motivação inicial para mudar radicalmente os hábitos alimentares teve cunho espiritual, mas após assistir em resumidos dez minutos o que esses animais sofrem durante a vida estou cada vez mais convencida que optei corretamente.

O vídeo foi produzido por norte-americanos, mas não exclui a possibilidade que em outras partes do mundo o mesmo processo aconteça. A demanda de consumo da carne e a ganância dos que detêm sua produção nos permite deduzir que outras empresas sigam o mesmo padrão de criação e abate. A produção em larga escala, seja qual for o produto, gera um inevitável disperdício. Só nos Estados Unidos, cerca de 25% dos suínos morrem vítimas de maus-tratos antes mesmo de chegar aos abatedouros. A informação foi fornecida pelo próprio fabricante, mas a estatística real pode ser bem maior.

Assim como o animal, o homem também sofre os efeitos das fazendas industriais. O profissional contratado para abater os animais geralmente aposenta-se por insalubridade antes do tempo. Entende-se por isalubre o trabalho que pode causar doenças pelo tipo de atividade desenvolvida, tempo de exposição e intensidade. Muitos desses trabalhadores matam diariamente centenas de animais e após alguns anos nessa função apresentam problemas psicológicos, psiquiátricos e alguns casos mais sérios que beiram à loucura.

O consumidor também está entre os prejudicados. O mesmo vídeo citado acima delata o Ministério da Agricultura Norte-Americano, que concede certificado de alimento puro para carne de animais com lesões cancerosas e ferimentos com pus. Sendo assim, não há motivação para investir em tratamento e melhores condições de criação para esses animais. O destino de grande parte da carne proveniente das estressadas vacas produtoras de leite, por exemplo, é o popular hamburger facilmente encontrado nas esquina do mundo inteiro. Segundo especialistas, quando o animal sofre muito sua carne é pálida e sem sabor, servindo apenas para produção de salsicha e afins, que misturada com outros inúmeros ingredientes pode-se ler como fast food.

Estar bem consigo é estar bem com o ambiente que nos rodeia, é cuidar para que daqui alguns anos o planeta continue a fornecer gratuitamente tudo o que precisamos. A nossa preocupação deve ser em todos os setores se ainda quisermos ter o direito a uma alimentação sem riscos, a beber um copo de água pura e a surfar em oceanos despoluidos.

"A grandeza de uma nação e seu progresso moral podem ser julgados pelo modo que seus animais são tratados". Gandhi

Assista o vídeo AQUI

Texto: Manu Scarpa (publicado em dezembro 2007)
Foto: Coluna ESTA BEM, revista JUICE #24
Arte foto: Guilherme Rosa (Gauchinho)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

bye bye trema!


O idioma português pode começar 2008 com mudanças na ortografia. A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa apresenta as modificações com a inteção de unificar a língua escrita. Fazem parte da comunidade o Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Portugal e Timor Leste. Se tudo for acertado entre os países envolvidos, os brasileiros terão que se adaptar com as novas regras. Aproximadamente 1,6% do vocabulário de Portugal vai sofrer alterações. No Brasil somente 0,45% das palavras serão escritas com as novas mudanças. O alfabeto deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação do "k", do "w" e do "y". A língua portuguesa é a quinta mais falada do mundo. O objetivo da reforma é incentivar a utilização do idioma por organizações internacionais. Mais de 230 milhões de pessoas terão de fazer pequenas adaptações.

O que muda na ortografia para 2008:

*as paroxítonas terminadas em 'o' duplo não terão mais acento circunflexo.
Ao invés de 'abençôo', 'enjôo' ou 'vôo', a forma corretá será 'abençoo', 'enjoo' e 'voo';

*não se usará mais o acento circunflexo na terceira pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos 'crer', 'dar', 'ler', 'ver' e seus decorrentes. A grafia correta será: 'creem', 'deem', 'leem' e 'veem';

*o trema desaparece completamente;

*O acento deixará de ser usado para diferenciar 'pára' (verbo) de 'para' (preposição);

*haverá eliminação do acento agudo nos ditongos abertos 'ei' e 'oi' de palavras paroxítonas, como 'assembléia', 'idéia', 'heróica' e 'jibóia'. O certo será assembleia, ideia, heroica e jiboia.

*Em Portugal, por exemplo, desaparecem o 'c' e o 'p' nas palavras em que não se pronuncia: 'acção', 'acto', 'adopção', 'baptismo', 'óptimo' e 'Egipto'. Outra mudança será na palavra 'húmido', que perde a primeira letra e passa a ser escrita 'úmido';


Para ajudar na adaptação dos brasileiros, a ABL (Academia Brasileira de Letras) disponibiliza pela internet um serviço de tira-dúvidas do português. As perguntas são respondidas pelo professor Sérgio Pachá.

Texto: Manu Scarpa
Arte: Manu Scarpa
Fonte: Banco de Dados da Língua Portuguesa - FFCLH USP /2007
Livros e Afins
ABL

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

FUNK até o caroço!























Numa mistura de rap, metal, funk, trompete e free-stayling, a Praia Mole ignorou a chuva e o vento sul no fim da tarde do último sábado (19.01) para receber o show do rapper carioca BNegão e sua banda, os Seletores de Freqüência. Por sete vezes eles retornaram ao palco para atender o bis da galera.

Destaque para o trompetista Pedro Slector, que nos momentos finais da apresentação fez um solo da "Canção de Partida", de Dorival Caymmi. BNegão dividiu o vocal com MC Paulão King, que deu uma pitada de cultura popular carioca na ilha de Santa Catarina.

Para mostrar ao que veio, BNegão deixou várias mensagens para o público. Uma delas ainda bastante polêmica: o download de músicas pela internet, considerado ilegal. "Compartilhamento de arquivos não é pirataria. O pirata é quem está atrás do ouro", defende o rapper. O grupo vende seus discos durante os shows por um preço bem popular, além de disponibilizar todas as músicas na internet através do site: www.bnegao.com.br.

*O evento fez parte do projeto Floripa Tem, do GrupoRBS.

BNegão e os Seletores de Freqüência
Trompete: Pedro Slector
Guitarra: Fabiano Moreno
Baixo: Fábio Kalunga
Bateria: Robson Vintage.
Free-style: MC Paulão King

Na mente, a necessidade de ser coerente
Nas veias, o sangue determinado a não sair da corrente
Muitas idéias na cabeça, pouco dinheiro no bolso
Pode crê, cupadi, tu é funk até o caroço…
FUNK ATÉ O CAROÇO

(BNegão)


Ver fotos clique aqui
Texto e fotos: Manu Scarpa