quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

happy b-day revista JUICE :: edição de aniversário


Quem foi confirma: a festa bombou. A galera do surf catarinense prestigiou a comemoração dos 5 anos da revista JUICE, na última terça (9), no El Divino Lounge em Floripa. O fotógrafo Ismael Passos registrou tudo e você confere na próxima edição em fevereiro. Mas enquanto isso não acontece, vamos pensar no presente. A edição número 30 já está circulando pelo sul do Brasil e vale a pena conferir para conhecer a história da revista desde sua primeira edição, quando o paulinho - editor chefe - ainda era universitário.

Preparamos uma reportagem especial cheia de entrevistas com grande parte daqueles que ajudam ou ajudaram a tornar este sonho possível. Fotógrafos, surfistas, anunciantes e colaboradores contam como conheceram a revista, relembram bons momentos e apresentam altas fotos ao longo dos 5 anos. A reportagem virou vídeo, que foi apresentado na noite de lançamento desta edição e você pode assistir no fim desta matéria.


Tem também WCT Brasil na praia da Vila, em Imbituba. O evento rolou no fim de outubro e começo do novembro e nós da JUICE fomos até lá para prestigiar o mundial, distribuir revistas e produzir um material bem bacana em foto e vídeo. Entrevistas com os brasileiros convidados através do wild card, ações de educação ambiental e a união entre surf e grafite são as abordagens do Hangloose SC Pro.

Fiscalização do dinheiro público, conflitos da mente humana e a história do café são os temas dos colunistas da JUICE 30. Marco Cézar clicou Tatiana Mello no editorial de moda Garota Juice. A bela foi a garota da edição especial de aniversário, mas para relembrar outras meninas que fazem parte da história da revista, basta folhear a reportagem dos 5 anos.

Pegue logo a sua nas melhores surfshops e surfpoints do sul do Brasil. É gratis!

VIDEO 5 ANOS REVISTA JUICE

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Bandeira Azul, levante esta bandeira


Existem vários tipos de bandeiras e com muitos significados. A bandeira vermelha que avisa quando o mar está bravo, a bandeira quadriculada que indica o vencedor de uma corrida, a bandeira nacional. Quando um esportista sobe no pódio e levanta a bandeira do Brasil, ele ergue muito mais que um pedaço de tecido. Toda uma nação e sua história estão representadas ali no simples gesto de balançar as cores do seu país.

Conta a história que os romanos foram os primeiros a confeccionar a bandeira em pano como conhecemos hoje. Antes os símbolos eram marcados em escudos ou madeira. Na Idade Média, o uso das bandeiras era a maneira de evitar que os aliados se confundissem com os inimigos, então era comum grifar cores e sinais para fazer essa identificação.

Enfim, toda bandeira tem algo para contar. Desde 1985 existe uma bandeira criada na França para proteger os ecossistemas costeiros, ou seja, as praias. O programa recebeu o nome de Bandeira Azul, e dois anos depois de sua criação atingiu toda a Europa no momento em que se comemorava o Ano do Meio Ambiente. No início do programa na França, a preocupação inicial era o tratamento de esgoto e a qualidade da água para banho. Hoje, para uma praia receber essa bandeira é preciso cumprir 29 critérios definidos pela FEE (Foundation for Environmental Education). Entre eles estão a educação ambiental, informação e sinalização de segurança aos banhistas, tratamento de esgoto, preservação da vegetação nativa e outros.


Em 2005 mais de duas mil praias em diferentes continentes já haviam conquistado essa bandeira. Países como Portugal, Bélgica, Bulgária, França, Dinamarca, Turquia e África do Sul estão entre os participante. No Brasil, o programa chegou em 2006 através do Instituto Ambiental Ratones (IAR), com sede em Florianópolis. O instituto conta com a ajuda de uma rede de Organizações Não-Governamentais para tornar possível o programa em todo país. As prefeituras e associações comunitárias também tem um papel importante nesse processo. Todos juntos devem dar subsídios para levantar essa bandeira em praias brasileiras.

Atualmente dez praias no Brasil estão em fase de testes realizando o projeto piloto para se adequarem aos critérios exigidos pela FEE. Os estados participantes são Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Por aqui, três praias da ilha foram eleitas para participar do programa: Mole, Santinho e Jurerê Internacional.

No dia 5 de abril a Praia Mole deu início aos trabalhos com uma grande mobilização da comunidade e das pessoas que frequentam o local. Várias atividades foram realizadas para conscientizar sobre a importância da preservação e limpeza da orla. Plantação de mudas de vegetação nativa, multirão para recolher o microlixo deixado na areia - como bitucas de cigarro, lixo que a prefeitura não consegue limpar -, conserto de cercas, exposição arqueológica e entretenimento com o show das bandas locais John Bala Jones, Dazaranha entre outras. O evento só foi possível porque todos os envolvidos realizaram trabalhos voluntários por acreditarem que este é o caminho para manter e melhorar a qualidade da natureza. Foi dada a largada para a conquista da Bandeira Azul e foi apenas o primeiro passo de um processo que levará um ano até que a praia e os comerciantes estejam enquadrados em todos os critérios.

Assim como todas as bandeiras, quando você avistar o símbolo do programa Bandeira Azul hasteado em alguma praia brasileira, automaticamente vai saber que ali existe uma avaliação anual de qualidade. O simples pedaço de pano tem o poder de significar que naquela praias as pessoas estão em constante cuidado com o meio ambiente.






Publicado na revista JUICE, n27
texto Manu Scarpa
foto capa Marianna Piccoli
surfista Yuri Castro
arte capa Guilherme Rosa
arte bandeiras Manu Scarpa

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

expresso :: revista JUICE 29

Nada melhor que aprender na prática sobre geografia, história, português e outras disciplinas obrigatórias do currículo escolar. Para tornar essa experiência possível, os alunos da Escola Básica Municipal Prefeito Acácio Garibaldi, em Florianópolis, viajaram através das páginas de revistas de surf. A idéia partiu dos próprios alunos quando foram questionados pela professora Tereza Lucio Barcellos sobre o tema que gostariam de explorar e aprofundar os conhecimentos.

O surf apareceu em primeiro lugar e durante um mês os estudantes utilizaram como fonte de pesquisa as revistas e também a Internet para desenvolver o trabalho chamado Tudo sobre Surf. Como e onde surgiu, as melhores ondas ao redor do mundo, surfistas famosos, os diferentes tipos de prancha para diferentes tipos de ondas, etc.

O surf cresceu como esporte e com isso a cobertura da mídia e a produção de novas revistas também. Cada vez mais são elaboradas reportagens recheadas de curiosidades sobre lugares onde antes nem se imaginava ouvir falar sobre a existência de ondas. Através das páginas de uma revista o leitor é capaz de fazer longas viagens, aprender sobre a história e a cultura dos locais abordados e até mesmo melhorar o vocabulário e a gramática.

Foi pensando nisso, que a professora Tereza – carinhosamente conhecida como Teka – reuniu revistas de surf doadas pela comunidade para ganhar a atenção dos alunos através da união entre prazer e estudo. Além de estimular os jovens na prática esportiva, já que a escola fica bem próxima da praia da Barra da Lagoa, onde rola boas ondas na combinação de vento sul e ondulação de leste.

Vinte e dois adolescentes entre 14 e 17 anos participaram das pesquisas, confeccionaram cartazes e apresentaram o resultado final em uma exposição para familiares e amigos. Os alunos fazem parte do projeto TOPAS, sigla para Todos Podem Aprender Sempre. A intenção é reunir em uma só turma jovens que contabilizam até três repetências no ensino fundamental e no período de um ano prepará-los para encarar o ensino médio. São nove horas diárias na escola e, por isso, a importância em desenvolver práticas educacionais além dos muros da instituição. Em outros momentos os alunos visitaram o Projeto Tamar (preservação das tartarugas marinhas), realizaram trilhas ecológicas, mutirão para retirar RG e CPF, entre outras atividades.

Existem vários caminhos para se fazer a mesma coisa e a professora Teka, em parceria com a coordenadora do projeto TOPAS e orientadora da escola, Angelina Lottermann, escolheram a melhor maneira de estimular os adolescentes. Essa é a essência!





Texto publicado na revista JUICE #29
Por Manu Scarpa
Fotos Marianna Piccoli
Arte blog Manu Scarpa
Arte capa Guilherme Rosa
Produção emotionsurf.com
Realização JUICE

terça-feira, 14 de outubro de 2008

suquinho básico :: juice 29

Atenção senhores passageiros: apertem os cintos que o desembarque da revista JUICE será realizado no portão 29. Retire a sua agora mesmo nas melhores surfshops e surfpoints da sua cidade (Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná).

Pode parecer brincadeira, mas esta edição voou alto para trazer a matéria JUICE Internacional com surftrips pelo México, Austrália e Indonésia. Seus personagens contam experiências e apresentam fotos que instigam o leitor a correr atrás da onda dos sonhos.

Stewson Crippa estampa a capa arregaçando no Sul de Santa Catarina entre as 1001 Barcas. O click é de Leandro Barsocchini. O fotógrafo Ismael Passos produziu altas fotos no north shore de Floripa e tem também uma barca para São Francisco do Sul nos bastidores do WQS.

Nadine Marques enfeita a revista como Garota Juice em um editorial aguardado por homens e mulheres com roupas iradas da coleção primavera/verão. Samuel Schmidt traz a cobertura da festa de lançamento da edição passada, com muito bom humor.

E para fechar, uma visão clássica do surf moderno na matéria O Clássico do Surf, com fotos Sérgio Flores. Viu só? Isso que eu nem comecei a falar...



Foto: capa revista JUICE 29 (Leandro Barsocchini)
Arte: Guilherme Rosa
Texto: Manu Scarpa

sábado, 4 de outubro de 2008

NUZOUVIDO :: revista JUICE

::Surf e rap na telona
Filme Subfoco une música brasileira e grandes nomes do surf nacional



Para quem gosta de Rap, o filme é um prato cheio. Para os menos simpatizantes, uma boa oportunidade de apreciar e conhecer esse estilo musical produzido nas periferias. Pela primeira vez um filme de surf traz a trilha sonora de ponta a ponta com o melhor do rap nacional. Nomes como MV Bill, RZO, Função RHK e Xis fazem parte das mixagens que acompanham as bombas filmadas ao redor do mundo. A idéia dessa mistura surgiu entre amigos, mas quem bateu o martelo foi o videomaker e diretor Luiz Eduardo Pavão (Duda). Quem deu vida a essa criação foi Dj Cia, produtor musical que há mais de 15 anos representa o rap nacional nas pistas. De passagem por Floripa, a revista Juice conversou com ele e a entrevista você confere agora.

Como você conheceu o Duda e como surgiu essa parceria?

Dj Cia: O Duda eu conheci através de um amigo que trabalha com a gente. Eles se encontraram numa festa em São Paulo, conversaram nos bastidores e o Duda comentou que estava fazendo um filme sobre surf e procurava alguém para colocar uma trilha. Então ele nos apresentou.

Como que você definiria o estilo musical do filme que prioriza o rap nacional?

Dj Cia: O Duda mostrou as imagens, tinham umas cenas de surf mais agressivo e aí ele me dava uns toques do que ele imaginava e eu mostrava os sons que eu achava que combinavam. A gente entrou em sintonia e fomos montando a trilha juntos. Rolou super bem, foi uma grande parceria. Outros filmes de surf já usaram o rap nacional na trilha sonora, mas esse trabalho é o único que prioriza esse estilo musical. Tive a preocupação de usar músicas com letras relacionadas ao surf, que contam uma história, que falam do sul, de mulher, do cara ser guerreiro, porque no esporte o cara tem que ser guerreiro, tem que se dedicar. E o rap tem muito isso de passar mensagem através das letras, para a pessoa estudar, praticar esporte, ficar longe do que é errado.


O filme não tem um minuto de silêncio, como você explica essa idéia?

Dj Cia: A idéia foi do Duda, mas eu sempre quis fazer isso em outros meios em que a música rola. No surf todo mundo curte som e é bem antenado, por isso quando apareceu a idéia eu achei maravilhoso. Era a oportunidade de mostrar que o rap se encaixa em qualquer trilha sonora, com qualquer parada. Como acontece nos Estados Unidos, que você encontra bastante trilha de hip hop nos comerciais e filmes. No Brasil isso ainda é um pouco devagar, o pessoal ainda tem um pouco de preconceito.

Qual teu contato com o surf?

Dj Cia: Eu conheço vários surfistas, tenho vindo muito para o sul. Eu só não sei nadar, mas admiro todos os esportes dentro da água. Acho que a gente que trabalha com música precisa ter envolvimento com pessoas de todos os tipos. Porque as pessoas querem ouvir música e a gente quer mostrar o nosso trabalho. Eu que sou produtor preciso dessa exposição, por isso a maior parte das músicas que coloquei no filme fui eu que produzi, tanto aqui no Brasil como lá fora.

Você já tinha feito algum trabalho parecido com esse?

Dj Cia: Eu fiz um trabalho parecido para uma marca de óculos bem conhecida. Tinha muitos sons instrumentais e coloquei mais músicas gringas. Foi mais curto também, não como esse que produzi para o Duda, com essa sintonia, mais louco, por a gente ter feito junto, ter batido as idéias.


Como foi o processo de criação dessa trilha? Quanto tempo levou?

Dj Cia: As músicas eu já tinha. Demorou uma semana no máximo. Mais por causa da distância e dos horários, o Duda estava fazendo outras coisas e eu fazendo o disco.

Qual sua opinião sobre o resultado final do trabalho?

Dj Cia: Eu tenho recebido várias mensagens pela Internet e acho que quando isso acontece significa que o pessoal está gostando e que o trabalho valeu a pena. Esse retorno positivo faz expandir a idéia para outras pessoas fazerem um trabalho parecido espelhando-se na gente, com outros djs envolvidos. Que isso seja um impulso para a utilização de mais músicas brasileiras em filmes, não só o rap. A música e o esporte, por mais que as pessoas não vejam dessa maneira, atraem multidões e poderiam ser usados para mandar mensagens positivas de cuidado com a natureza, voto consciente, levar a sério os estudos.


A difusão do rap nacional se deve muito ao seu trabalho de Dj. O que o filme trouxe pro rap?


Dj Cia: Eu sou do RZO, eu gosto de rap nacional e eu produzo esse tipo de som. Então eu tenho que pensar que se eu quero difundir a música nacional – e por conseqüência, o meu trabalho – não adianta tocar sons gringos como 50th Cents, 2Pac, Notorious. Por mais que eu goste do som, não vou alcançar o meu objetivo. A idéia é fazer a música nacional estar em diferentes segmentos, porque isso só vai trazer retorno positivo para o movimento do rap e também para o meu trabalho de Dj. O filme fez a ponte entre o rap e o surf para as pessoas que não conhecem o esporte e nem imaginavam o que era pegar uma onda no nível que os surfistas apresentam hoje em dia. Então surge uma ligação entre eles que não havia antes. A associação com manobras do skate, por exemplo. E o contrário também se encaixa, levar o rap para a galera do surf que não conhecia e, por isso, não entendia o rap. Eu espero que os caras do surf tenham essa mesma visão, que essa troca de experiências e informações é crescimento. Às vezes tem manobra de um determinado esporte que eu penso em adaptar nos toca discos, tento produzir um som para representar aquele efeito, como por exemplo o som da onda “tchuáááá”, ta ligado? É um scratch, é louco!

Você anda de skate?

Dj Cia: Não. Meu pai é Dj (Dj Alemão) e eu comecei a tocar com 13 anos, para isso precisei me dedicar. Então me dediquei. Sou 24 horas toca discos, mais nada. Até gostaria de aprender, mas eu não posso me arriscar. Já imaginou levar um tombo, ficar com o braço engessado e não poder tocar?

VIDEO
Entrevista com o diretor do filme SUBFOCO, Duda (Luiz Eduardo Pavão);
Trechos do filme - trilha sonora DJ CIA;
imagens do filme SUBFOCO PRODUÇÕES;
imagens entrevista - Marianna Piccoli





Texto publicado na revista juice #28
por Manu Scarpa
fotos Marianna Piccoli
arte Paulinho Juice
frames Subfoco Produções
produçao matéria e vídeo EMOTIONSURF.COM

sábado, 27 de setembro de 2008

torres fly



Em um passado nao muito distante, mais precisamente segunda metade do mês de abril, nós da emotion estávamos em Torres - litoral norte gaúcho. Confesso que nunca ouvi falar bem das praias no Rio Grando do Sul, mas tivemos a sorte de conhecer a melhor parte.
A cidade de Torres recebeu este nome por possuir três belas formações rochosas na beira do mar. Uma delas, conhecida como Morro do Farol, permite acesso de carro até o alto de onde é possível observar toda a extensão de praias da região com os imensos paredões de pedra. Praia Grande, Prainha, Praia da Cal e Molhes são roteiros obrigatórios nesta cidade com um visual antigo preservado.


Fomos para Torres por causa do Pró Junior, segunda etapa do ano. Este campeonato é para atletas com até 20 anos de idade. Convidamos alguns dos competidores para um freesurf ao lado do campeonato e nas praias vizinhas. Show de aéreos.
Agora voce confere algumas fotos dessa racinha que voou alto nas lentes de Marianna Piccoli. Logo mais vou postar um video. Confira!















fotos Marianna Piccoli
arte Manu Scarpa

sábado, 13 de setembro de 2008

Um pedacinho de terra...


Texto publicado em agosto 2008 revista JUICE #28

O cenário mudou bastante. Há exatos 40 anos uma empresa iniciava o processo de ocupação em massa na cidade de Florianópolis. Em 1968, a ELETROSUL Centrais Elétricas S.A., trazia uma nova vitalidade para a ilha com a vinda de pessoas de outros estados - principalmente Rio de Janeiro - para trabalhar por aqui. Pouco tempo depois, quando a ponte Hercílio Luz já não suportava sozinha o fluxo de carros, iniciaram as obras do aterro da Baía Sul para permitir o acesso à uma nova ponte. Em fevereiro de 1975 foi inaugurada a Ponte Colombo Sales. Antes do aterro, a parte central da cidade onde se localiza o Terminal Rodoviário Rita Maria, o Terminal Integrado do Centro (Ticen) e Passarela Nego Querido, era ocupada pelo mar.

Muitas transformações ocorreram e a maior parte delas por necessidade. A cidade estava crescendo e naquele tempo não era possível prever de que forma isso afetaria a qualidade de vida dos moradores no futuro. O morro onde hoje existe o túnel que facilitou o acesso do centro ao sul da ilha, por exemplo, antes era coberto por árvores de flamboyans amarelos. Hoje o que se vê são casebres de ocupações irregulares.

Os mais velhos contam que era possível deixar o carro com os vidros abertos o dia todo por causa do calor, que nada acontecia. Era comum acampar nos camping da praia do Santinho, onde hoje casas e pousadas tomaram conta. Pouco mais de vinte anos atrás, a Praia Brava contabilizava duas ou três pequenas construções e nenhum asfalto. Hoje a vista para o mar de uma das mais belas praias da ilha é privilégio para poucos.


Capital do Estado, rodeada por água e recheada pela natureza, é compreensível que todo esse processo de crescimento aconteça. É quase inevitável. O problema é a falta de planejamento e consciência ambiental que acompanha o "desenvolvimento" da nossa ilha. A cada novo prédio que se levanta, são aproximadamente 50 novos carros circulando pelas ruas. É assustador só de pensar. E agora isso é uma realidade que precisa ser encarada por todos aqueles que acreditam que preservar é o caminho para que Floripa continue no status de paraíso.

Iniciativas poisitivas já apontam neste sentido. Mais uma vez a Praia Mole foi alvo de manifestações e alertas sobre especulações imobiliárias. Desta vez a corda está no pescoço do Dragão. No dia 27 de julho, cerca de 500 pessoas participaram de atividades para mobilizar sociedade e poder público contra a construção de uma pousada na Ponta do Gravatá, costão direito da praia, onde as pedras e o morro desenham o formato de um dragão. Os especuladores se defendem dizendo que nada será construído dentro do que está protegido pela legislação. Legal ou não, a população não quer ver alterado o cenário de uma das poucas praias ainda preservadas.

O movimento S.O.S Gravatá, criado especialmente para defender essa questão, realizou um dia inteiro de atividades para atrair a atenção para o problema. Pela manhã, foi realizado um campeonato de surf por equipes com atletas profissionais, amadores e freesurfers de Santa Catarina. A praia mole mostrou seu poder e, apesar da formação não estar pefeita, o mar proporcionou bons momentos com ondas de até dois metros. Destaque para André Barcellos e Davi de Jesus que droparam as maiores.


Na parte da tarde, os manifestantes promoveram uma passeata ecológica por trilha até o morro do Gravatá, com mostra de inscrições rupestres. Para fechar o evento, no fim do dia o público curtiu o som das bandas locais Dazaranha, Expedição, Pure Felling e Da Madeira. A organização do movimento criou um site na internet para reforçar esta luta (www.sosgravata.org). A nossa torcida é pelo verde.

texto Manu Scarpa
fotos Marianna Piccoli
01 onda solitária Praia Mole
02 André Barcellos
03 Davi de Jesus

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

música pra homenagear

Sem palavras para descrever quanto o hip hop brasileiro perdeu na última segunda-feira, dedico esta homenagem através do vídeo abaixo em nome da equipe emotion. Alexandre Muzzillo Lopes (DJ Primo), várias vezes protagonizou as baladas de Floripa na festa Chocolate ao lado dos DJs King, Dubstrong, Zé Gonzales e tantos outros.

Hoje nao tem som.
Noite passada a vida deu um tapa na cara. O hip hop perdeu um de seus maiores DJs e eu perdi um amigo e companheiro de trabalho que vai fazer muita falta nesse pais onde tudo eh nivelado por baixo.
Esse jogo definitivamente nao eh justo.
Primo, sua estrela nunca deixara de brilhar e voce sera eternamente lembrado por tudo o que representou.
Descanse em paz irmao.
One Luv
(Dubstrong)

Vídeo - maio 2006/São Paulo
A tribute to Dilla
DJ Primo, DJ NUTS e PUPILLO (baterista Nação Zumbi)
06:25



Texto Manu Scarpa
Foto site dustrong.blogspot.com
Vídeo MochillaFilms

terça-feira, 2 de setembro de 2008

sequencia emotion

Alguém, algum dia, em algum lugar
:: clicado por Marianna Piccoli







Inverno ilha da magia
fotos: Marianna Piccoli
arte: Manu Scarpa

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Dark Juice :: edição 28 na área


Não tem conversa. O inverno é a melhor estação das ondas. E a edição 28 da revista JUICE veio para comprovar isso. Fotos iradas de lugares que não vamos revelar os nomes, só pra deixar você com muita vontade de cair na água. A começar pela capa: Gui Tranquili com a maior cara de feliz clicado pelo Flávio Rasta num daqueles dias clássicos por Santa Catarina. Folheando mais um pouco, Marlon Klein é um dos personagens-narrador e vai te fazer pirar com a matéria Dark Secret - a saga de um grupo de amigos surfistas em busca de ondas perfeitas.

Tem também a cobertura dos catarinas na penúltima etapa do Super Surf, que rolou em Ubatuba SP no mês de julho. Marianna Piccoli fotografou a competição e mostra que a briga pelo caneco em 2008 só acaba quando termina. São 12 atletas que ainda estão na disputa. E por falar em cobertura de campeonato, Paulinho Sefton foi cumprir no Paraná a nova missão da JUICE e aproveitou para marcar presença no Matinhos Guarah Surf Pro. É porque agora a revista ampliou sua área de cobertura e está presente em toda a região sul.

De olho na poluição e cuidado com o meio ambiente, nossa equipe traz uma matéria sobre Quilhas ecológicas. Acompanhamos todo o processo de fabricação e conversamos com os produtores e idealizadores do produto. A sessão NUZOUVIDO vem com uma entrevista especial com o DJ CIA, bastante conhecido nas baladas de Floripa e no universo Hip Hop. Cia é o responsável pela trilha sonora do filme de surf SUBFOCO, o primeiro filme sem um minuto de silêncio e 100% rap nacional.

Ah, vou até parar de falar, estou entregando a revista mastigada. Vai atrás da sua nas melhores surfshops e surfpoints da sua cidade (SC, RS e PR). Só mais um recado, Tainá Froner exibe a coleção primavera e muito charme como Garota Juice.

Lançamento edição 28
Dia 20.08 a partir das 22h
El Divino Lounge, Floripa
No pátio acústico com Morning Sun
informações redacaojuice@hotmail.com