quarta-feira, 27 de maio de 2009

Água virtual

Juice #32, coluna Estar Bem

Um estudo concluído em 1993 pelo cientista e professor John Anthony Allan modificou a forma de encarar o consumo de água no mundo. John descobriu a fórmula matemática que calcula a quantidade de água utilizada para produzir qualquer alimento ou produto. Cada quilo de carne de boi, por exemplo, necessita de 15 mil litros desse precioso líquido para chegar até o consumidor final - considerando transporte, comércio, entre outras etapas do processo; para fabricar um litro de cerveja, lá se vão oito litros de água; e cada quilo de jeans utiliza em torno de 10 mil litros.

Com a descoberta, John Anthony recebeu o Stockholm Water Prize 2008, promovido anualmente pelo Instituto Internacional da Água de Estocolmo. Com a preocupação de que a escassez de água tem como consequência a escassez de alimentos em todo o planeta, o instituto visa ordenar o uso da água em um futuro próximo. Outra conclusão importante do estudo é que países como Brasil, Argentina e Estados Unidos exportam milhões de litros de água, enquanto Japão, Itália e Egito importam o que John chamou de "água virtual".

Mas a expressão "água virtual" (também chamada como "água embutida" ou "incorporada") já é conhecida, surgiu na década de 70 nos Estados Unidos. Do latim, virtual ou virtualis ou ainda virtus, que significa virtude, potência e força. O mercado internacional de água virtual implica na movimentação de 15% de toda a água usada no mundo. Este consumo antes despercebido, agora é contabilizado. Por detrás daquela saborosa xícara de café, 140 mil litros de água foram consumida para cultivar, produzir, empacotar e distribuir o produto final. Para ter uma breve idéia, um cidadão norte-americano utiliza mais de seis mil litros de água virtual por dia.

É preciso amadurecer os conhecimentos sobre a quantidade de água imbutida nas produções. Ela é componente essencial para muitas empresas, direta ou indiretamente. Abrir mão de utiliza-la é como decretar falência. No setor de bebidas, por exemplo, três galões de água participam da produção de apenas um litro de refrigerante, leite ou cerveja. De um modo ou outro, as empresas terão que encarar a redução de água em suas rotinas para não fechar as portas. O alerta é ainda mais urgente que o problema da possível falta de energia no futuro. Com a criatividade, o ser humano já encontrou diversas soluções através das energias renováveis. Com a água é diferente, trata-se de um recurso finito.

Considerando o fato de que o volume de água doce e limpa disponível no mundo representa menos de 1%, pequenas ações tem poder transformador. Segundo o Instituto AKATU Pelo Consumo Consciente, se um milhão de pessoas fechassem a torneira ao escovar os dentes, economizariam em um mês 12 minutos de vazão das Cataratas do Iguaçu. Um banho de ducha com duração de 10 minutos gasta em média 160 litros de água. Se desligar o chuveiro ao ensaboar, são 30 mil litros poupados em um ano.

Os exemplos de consumo são muitos e as soluções para reaproveitar e economizar, também. A chuva, devidamente acumulada e tratada em regiões com grande índice pluviométrico, poderia suprir perto de 100% da água de um lar. Ou ainda o esgoto, se tratado, poderia substituir cerca de 40% da água potável. É preciso tornar essas práticas aplicáveis no cotidiano de quem vive nas cidades. E é apenas o começo. ECOnomize.

por Manu Scarpa

sexta-feira, 1 de maio de 2009

MUNDIAL DE BODYBOARD

PRAIA DE ESTALEIRINHO, EM BALNEÁRIO CAMBORIU, MOSTRA TODO SEU POTENCIAL DE ONDAS DURANTE A SEGUNDA ETAPA DO MUNDIAL DE BODYBOARD



Os brasileiros mais uma vez brilharam e representaram no lugar mais alto do pódio. O campeonato começou com ondas pequenas e debaixo de muita chuva. Com a chegada do swell no segundo dia, o mar logo ganhou tamanho e pressão com ondas chegando 2,5m, colocando a radicalidade e a coragem dos atletas a prova. O show de manobras esteve garantido durante o campeonato todo, uma vez que as ondas não pararam de bombar. Depois de algumas notas máximas, muitos aéreos, back flips e el rolos absurdos, os brasileiros confirmaram o favoritismo marcando presença nas semis e finais do evento.


No feminino, a porto riquenha Natasha Sagardia enfrentou a espanhola Anate Aguirre, que acabou levando a melhor e indo para a final. Na outra disputa, a tetracampeã mundial Neymara Carvalho derrotou a cearense Isabela Souza, e fez uma emocionante final com a espanhola valendo ainda a liderança do circuito. Mas a sorte estava mesmo do lado da capixaba, que apesar do mar difícil e da forte rebentação, mostrou calma e experiência ao garantir logo no início uma nota alta, não dando chance para a espanhola, que tentou se jogar nas bombas sem sucesso.






Já na categoria masculina, o eneacamepão Mike Stuart mostrou porque é considerado uma lenda viva no esporte e garantiu seu lugar na final ao derrotar o baiano René Xavier. A outra vaga na grande final foi disputada pelo capixaba Lucas Nogueira e pelo defensor do titulo da etapa, Uri Valadão. O Baiano, atual campeão do mundo, representou muito. Mas, foi Lucas que acabou disputando a final com o havaino.



Mike escolheu as ondas muito bem, surfando com maestria e liderando a bateria desde o começo. O brasileiro conseguia reagir diminuindo a diferença, porém para nervosismo e euforia do público o grande campeão só foi definindo 40 segundos do término da bateria. Lucas Nogueira, assim como sua conterânea Neymara Carvalho, levou a bandeira do Brasil ao lugar mais alto do pódio, para a alegria da torcida que comemorou muito.






A próxima etapa que será realizada na praia da Armação, em Salvador na Bahia, promete novas emoções, já que grandes estrelas como o campeão Uri Valadão e a revelação baiana René Xavier, estaram competindo no quintal de casa.

Texto e fotos: Marianna Piccoli