domingo, 29 de junho de 2008

tá em casa

Bruce Irons em seu melhor estilo: free surf no quintal de casa. O click foi de Marianna Piccoli numa direita azul e tubular nessa temporada havaiana que passou. Salvem os fotógrafos que congelam esses momentos para que a gente possa olhar até cansar!
Clique na imagem para ver ampliada

Foto: Marianna Piccoli
Arte sequencia: Manu Scarpa

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Permacultura é PAZ


(Publicado na revista JUICE #26, abril 2008)

Quando observamos o planeta Terra de um lugar suficientemente alto, de onde não somos capazes de identificar os objetos, podemos ver na superfície uma parte coberta por água e outra por terra. As linhas que observamos lá de cima são apenas as dos rios e estradas. O que determina o limite de um bairro, cidade, estado ou país são divisões imaginárias criadas pelo homem. Essas delimitações que já encontramos prontas desde que nascemos refletem o conceito de posse: tal parte do planeta pertence a tal nação. Intrigado com a maneira individualista de viver do ser humano, que no final da Segunda Guerra Mundial um agricultor japonês chamado Miyozo Yamaguishi pensou em uma sociedade igualitária, mas por opção de todos e não por imposição. Para Yamaguishi, viver em paz é respeitar o próximo e suas vontades, mesmo que este próximo seja um elemento da natureza.

Ainda que seja difícil se imaginar morando em um lugar assim, muitas pessoas já optaram por esse modo de vida em várias partes do mundo, uma vida sem fronteiras. Tudo é de todos e todos trabalham pelo bem comum. Nas vilas Yamaguishi a hierarquia passa longe. O dinheiro arrecadado com a venda dos produtos cultivados na vila vai para um caixa único que é administrado por todos os integrantes. Cada um tem a consciência que se pegar demais para si vai faltar para o outro. Mas isso não significa que as pessoas são padronizadas e que devem vestir a mesma roupa ou comer a mesma comida. Até porque uma sociedade que padroniza seus membros é uma sociedade que escraviza.

Alguns anos depois do agricultor japonês propor suas idéias para a paz mundial, dois ecologistas australianos reinventaram uma solucação para sustentabilidade, a permacultura. No início dos anos 70, Bill Mollison e David Holmgreen começaram a desenvolver a simples idéia de que não somos seres superiores na natureza e que só temos o direito de interferir nela quando existe uma necessidade clara de subsistência.

Quase 40 anos após as primeiras noções de permacultura serem discutidas, nem mesmo seus criadores conseguem definir seu significado exato. Não se trata de uma palavra dogmática, de uma verdade absoluta que não pode ser mudada. A definição foi evoluindo com o passar dos anos e hoje podemos dizer que permacultura vai muito além da contração das palavras permanente e cultura. Tudo que leve à criação de ambientes produtivos, saudáveis, ecológicos e que habitam a Terra sem destruir a vida está dentro do conceito de permacultura.

Um erro muito comum é pensar que para aplicar as práticas permaculturais é preciso viver no campo, afastado das grandes cidades. É justamente lá que está concentrada a maior parte dos problemas ambientais que enfrentamos. Reciclar é uma ótima maneira de ser um permacultor, pois economiza energia, espaço para aterros sanitários e dinheiro. Reaproveitar a água da chuva por meio de cisternas também é permacultura. Em Cuba, o governo recolhe os resíduos orgânicos como cascas das frutas e os devolve em forma de terra de primeira qualidade para quem deseja ter uma horta em casa, isso também é permacultura. O mundo é um só e se o seu vizinho desperdiça água ou energia, todos perdem.

Não é preciso fazer as malas e largar tudo para viver em um sítio. Pequenas ações podem ser realizadas em qualquer espaço e tudo aquilo que freie o consumismo já faz a diferença. Ninguém quer cessar o poder criativo do homem, mas sim usar essa criatividade para buscar uma maneira de reduzir e, quem sabe um dia, exterminar por completo a palavra lixo.

Texto: Manu Scarpa
Foto: Clarissa Caterina

terça-feira, 6 de maio de 2008

Here comes the winter

O inverno está chegando e com ele as tempestades oceânicas. O ciclone extratropical causou muitos estragos, principalmente no Sul do Brasil - área mais próxima da sua formação. Mas, além das fortes chuvas, esse fenômeno da natureza também faz chegar aos beack breaks brasileiros ondulações bem servidas.
No local onde a tempestade se formou os ventos atigiram 100 km/h e as ondas mediam quase 10 metros. Depois de viajar aproximadamente 3 mil quilômetros até a nossa costa, o resultado é esse que você acomapanha na emotion através das fotos de Marianna Piccoli.

Texto: Manu Scarpa
Foto: Marianna Piccoli
Arte: Manu Scarpa
Surfista: Cristiano Guimarães, Guima

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Deus dá asas...

A emotion esteve presente na segunda estapa do Billabong Pro Junior, que aconteceu em abril na cidade de Torres-RS. Entre uma bateria e outra, os atletas decolaram nas marolas de meio metro na Prainha. Valeu o empenho galera, renderam altas fotos. Em breve vamos colocar tudo aqui no nosso blog para vocês curtirem como essa molecada da nova geração do surf brasileiro está se preparando para nos representar nas competições nacionais e internacionais.

Surfista Voador
Quem está voando alto nessa foto é Ricardo dos Santos, 17 anos, local da Guarda do Embaú. Mas nem adianta procurar ele por lá agora. Depois da competição em Torres, o catarinense embarcou em uma viagem para relaxar e treinar: tahiti, indonésia, austrália... Ricardinho, como também é conhecido, foi o campeão da primeita etapa do Pro Junior (que aconteceu no chile em fevereiro). Com a derrota em Torres, ele perde a liderança do Ranking para Alejo Muniz e passa a ocupar a quarta posição com 660 pontos.

O Pro Junior
O Billabong Pro Junior é a maior competição para surfistas com até 20 anos. São três etapas realizadas na América do Sul para definir os atletas que vão disputar o mundial na Austrália, em janeiro do ano que vem. Essa mesma seletiva acontece em todos os continentes. A última etapa vai ser realizada em Camburi-SP, em setembro. São cinco vagas para a catogoria masculino e duas vagas para feminino.

Texto: Manu Scarpa
Foto: Marianna Piccoli
Arte: Manu Scarpa

segunda-feira, 28 de abril de 2008

emotion SEQUENCE

Enquanto as bombas de Pipeline ou Waimea repousam sobre as bancadas havaianas na ilha de Oahu, Rocky Point é a alternativa para o dia flat durante a temporada. Para quem surfa no Hawaii, flat significa um metro na série. Pois bem, o catarinense Ícaro Ronchi, 16 anos, aproveitou um desses dias de calmaria no pacífico e garantiu essa sequência. Um tubo longo para esquerda observado por dois bodyboarders. É possível perceber como o surfista fica próximo da areia e isso acontece porque a onda quebra em uma rasa bancada de pedra.

Rocky Point tem dois tipos de onda. Rocky Rights é uma onda para direita com rapidez e pressão. E Rocky Lefts, é tão longa quanto você pode observar nessa sequência do Ícaro. Quem quiser saber mais sobre essa jovem promessa do surf catarinense, basta aparecer na Praia Brava (norte da ilha) e arredores, onde ele surfa sempre quando não está competindo ou viajando.


Clique aqui e veja a imagem ampliada

Texto: Manu Scarpa
Fotos: Marianna Piccoli

domingo, 13 de abril de 2008

Tudo no liquidificador! JUICE 26


Parabéns Paulinho por mais esta edição, vocês se superaram. Três trips iradas em uma só revista. Hawaii, Indonésia e Chile mostrando todo o potencial das ondas ao redor do mundo. O que elas tem em comum? Foram contadas do ponto de vista dos fotógrafos que, além de boas fotos, estão sempre em busca de aventura. Marianna Piccoli acompanhou a temporada havaiana de 2008 e mostra como foi o desempenho dos catarinas e gaúchos nas morras de Waimea, Sunset, Rocky Point e Pipeline. Além das fotos, você pode conferir em vídeo um resumo da temporada aqui no site da emotion. vídeo1 - vídeo2

Saiba mais sobre a vida e o início da carreira de Marcelo Falavigna. Direto da Indonésia, ele mostra altas fotos de uma viagem dos sonhos. Fotógrafo em uma trip de amigos, Marcelo conta como arruma tempo para curtir os lugares alucinantes que estão no roteiro de quem fotografa o surf. E para completar a trilogia, um Chile triplamente inesquecível. Três fotógrafos estavam lá ao mesmo tempo e contam suas experiências, além de muitas roubadas no deserto, longas horas de viagem e bombas de até 12 pés. Flávio Rasta, Ismael Passos e Nicolas Delavy são os protagonistas dessa história nas ondas geladas do Pacífico.

Ecologia, preservação, Oscar 2008, lançamento no mercado de surfwear e Sibele Rodrigues como Garota JUICE, são alguns dos destaques desta edição. Para conferir tudo isso, pegue a sua nas melhores surfshops em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Mais informações, escreva para revistajuice@terra.com.br.

Ficou feliz?
Para comemorar, a JUICE promove mais uma festa. A Carioca Surfwear apresenta o lançamento da edição 26 da revista no dia 16 de abril, próxima quarta-feira no El Divino Lounge em Florianópolis. No pátio, um show acústico com Trois Ponts e na pista o residente Dj Robson. Patrocínio Wave Gigant e Endyroy Surfboards. Confira no telão quem fez bonito no hawaii nesta temporada - produção emotionsurf e imagens de Marianna Piccoli.

Texto: Manu Scarpa
Foto: Marianna Piccoli
Surfista: Ricardo Azevedo, rabetada forte em Rocky Point
Arte: Guilherme Rosa, capa e flyer

domingo, 16 de março de 2008

Minha pegada ecológica

Publicado na revista JUICE, edição 25 (fevereiro 2008)

Estar bem com a natureza é estar consciente do impacto que cada um de nós provoca ao meio ambiente. Você faz alguma idéia de quantos planetas Terra seriam necessários para manter o seu estilo de vida? Uma organização sem fins lucrativos disponibiliza na Internet uma ferramenta que calcula aproximadamente o tamanho da sua pegada ecológica (www.myfootprint.org), ou seja, como seus hábitos do dia-a-dia prejudicam ou contribuem para um ambiente sustentável. Fazendo essa estimativa é possível dimensionar a quantidade de recursos que retiramos da natureza para atender as nossas exigências e como ela absorve os resíduos que produzimos.

Você costuma locomover-se de carro ou ônibus coletivo? Se de carro, sozinho ou acompanhado? Perguntas desse tipo fazem parte do questionário que resulta no tamanho da sua pegada ecológica. O resultado serve como um indicador de sustentabilidade, ou insustentabilidade. Devemos lembrar que não estamos sozinhos no mundo, ao contrário, dividimos o planeta com mais de 10 milhões de outros seres vivos. Alguns biólogos acreditam que para garantir essa biodiversidade seria necessário de 30 a 70% de área preservada em todo o globo. Atualmente, os parques e reservas naturais representam 3% do total. As Nações Unidas criaram em 1983 uma comissão mundial para tratar dos assuntos ligados ao meio ambiente, que ficou conhecida como Comissão Brundtland. Uma das tentativas desse grupo foi aumentar essa área de preservação para 12%, ainda que não seja o suficiente.

A ONG responsável por este material na Internet chama-se Earth Day Network e a sede está localizada em Seattle (Washington EUA), mas o trabalho da equipe se estende pelo mundo todo. São mais de cinco mil organizações distribuídas em 184 países coordenados por Gaylord Nelson e Denis Hayes, que em 1970 criaram o 1º Dia da Terra (Earth Day), comemorado até hoje no dia 22 de abril.

É no cotidiano das pessoas que esta organização pretende modificar o atual quadro ambiental do nosso planeta. Pequenas ações têm grande interferência para o atraso na degradação do meio ambiente, porque deixamos de retirar recursos da natureza para reutilizar aquilo que foi extraído anteriormente. De uma caixa de leite longa vida podemos obter papel, plástico e alumínio para produzir novas caixas de papelão, canetas e materiais para construção civil, respectivamente.

Outro bom exemplo é o óleo de cozinha. Já existe tecnologia capaz de transformar em biodiesel o óleo usado para frituras. Atualmente, cerca de 20 usinas brasileiras já utilizam esse combustível ecológico, que chega a emitir 40% menos gases de efeito estufa comparado com o diesel produzido pelo petróleo. Se essa informação não atinge a consciência, vai atingir o bolso do consumidor. Enquanto o diesel comum custa R$ 1,80 por litro, o biodiesel sai por menos de um real. Lembrando que apenas uma gota de óleo é capaz de poluir um milhão de litros de água. Pense bem antes de jogar o óleo de cozinha pelo ralo.

Provavelmente tudo que está escrito acima não é nenhuma novidade e todos nós sabemos que estamos em débito com a Mãe Natureza. Por isso, vale a pena descobrir o tamanho da sua pegada ecológica e mudar os hábitos para que a nossa fonte de recursos nunca se esgote.

Texto: Manu Scarpa
Foto: Clarissa Caterina